sexta-feira, outubro 27, 2006

Luxúria


Ando febril contigo. Sonho-te acordado e a dormir, desde que te vi, embora nem te conheça. Embora não te conheça sei do teu corpo, vi-o muitas vezes, menos do que o desejei. És pecado e tenho o pecado todo. Não me importa se te gastas em noites e eu se vivo os dias, quero atirar-me para o teu fundo e ir contigo até onde fôr o fim. És vício e sem ti não passo, ainda que seja eu um desconhecido. Vi-te nua e nem espreitei. Estás nua quase sempre, e eu sempre sedento de te ver mais nua, como se fosse possível estar-se mais nua. Não te amo, mas quero-te. Preciso-te. Não vivo bem sem ti. Desgastas-me e gosto de me gastar em ti.

5 comentários:

  1. João, o alquimista das palavras!

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  2. Anónimo06:04

    é a loucura! está louco!

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  3. não está louco! tem bom gosto, eheheh.

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  4. mais uma voltinha, mais uma viagem, mais um texto inspirado :)

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  5. Anónimo05:33

    Sabes que é o tipo de escrita que gosto em ti...
    dá-me vontades e apetites, gostei.Obrigada, tenho andado meio espantalho, agora sinto-me melhor.

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